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Diogo Álvares Corrêa, o célebre Caramuru, que sobreviveu a um naufrágio na costa do Rio Vermelho, foi o primeiro branco a se fixar e a prosperar numa comunidade indígena brasileira. Precursor da miscigenação racial baiana, deixou extensa descendência cabocla.
Tornou-se um interlocutor poderoso entre os tupinambás e os europeus. Primeiramente atuou nas questões do comércio de escambo do pau-brasil com os franceses e depois nos assuntos de ordem política ou administrativa com os colonizadores portugueses. Além de participar da escolha do local para a primeira capital brasileira, arregimentou os índios que trabalharam na extração da madeira para as obras da Cidade do Salvador. Foi também um elo de vital relevância para os jesuítas na missão da catequese do gentio.
Caramuru foi quem construiu o primeiro templo católico mariano no Brasil, a Capela de Nossa Senhora da Graça. Ergueu-a para atender a um pedido da esposa, Catharina Paraguassú, a índia convertida ao catolicismo, que sonhou com a Virgem Santíssima. Confirmado o milagre do sonho, a capela transformou-se no primeiro local de romarias da colônia portuguesa.
Caramuru inseriu-se na história por participar de alguns fatos marcantes, dentre eles o de garantir o desembarque, em segurança, das comitivas do donatário da Capitania da Bahia de Todos os Santos e do primeiro governador-geral do Brasil. Notabilizou-se ainda pela lealdade devotada ao povo indígena, que o transformou num mito. Enfim, o Caramuru ocupa lugar de destaque na galeria dos grandes personagens do século XVI.
Ubaldo possui dezenas de trabalhos centrados nas temáticas em que é especialista: turismo, cultura, história do Rio Vermelho, história dos charutos, histórias de Caramuru e Catharina Paraguassú, biografias familiares e empresariais. Das 21 obras editadas, 14 estão relacionadas com o Rio Vermelho.