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A história de Diogo Álvares Corrêa é de uma riqueza fantástica, verdadeiramente fascinante. Aventureiro, de espetacular chegada à Bahia, adaptou-se facilmente ao ‘modus vivendi’ dos nativos. Exímio articulador e portador de liderança inquestionável, conhecia os limites dos índios e as ambições dos brancos.
O Caramuru, nome do batismo tupi, foi o primeiro habitante branco do território que integraria a futura capital brasileira, Salvador. Primeiro poliglota da Bahia, falava português, galego, francês e tupi. Muito inteligente, tinha plena consciência de que as terras descobertas em 1500, por Pedro Álvares Cabral, seriam colonizadas pelos franceses, espanhóis ou portugueses. E dentro dessa visão, atuou como elemento moderador, apoiando os interesses dos brancos, mas defendendo os índios contra os abusos dos europeus.
Enfim, foi um homem predominantemente de paz e muito respeitado pelos nativos e forasteiros. Era desambicioso em fazer fortuna com aventuras perigosas, como enveredar pelo sertão à procura de minas de ouro ou prata. Na região que adotou como pátria definitiva, Caramuru morou somente em três locais, na seguinte ordem: Rio Vermelho, Barra e Graça.
Do rincão dos tupinambás, Caramuru somente se afastou em duas ocasiões. A primeira, em 1527, quando foi à França, em missão comercial, para uma permanência de quase quatro anos, juntamente com a índia Paraguassú, levados por Jacques Cartier. A outra viagem importante ocorreu em 1546, quando foi à Capitania de Porto Seguro em missão política.
Ubaldo possui dezenas de trabalhos centrados nas temáticas em que é especialista: turismo, cultura, história do Rio Vermelho, história dos charutos, histórias de Caramuru e Catharina Paraguassú, biografias familiares e empresariais. Das 21 obras editadas, 14 estão relacionadas com o Rio Vermelho.